
Assassinato de delator em Guarulhos foi motivado por delação sobre PCC, diz PC de São Paulo
A motivação do assassinato do delator Vinícius Lopes Gritzbach, com tiros de fuzis no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, foi a sua delação sobre policiais e membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A informação é da diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil de São Paulo, delegada Ivalda Aleixo.
Delator expôs esquemas de corrupção e lavagem de dinheiro do PCC
“A motivação foi a delação do Vinícius. E, por conta da delação, além de expor todo um esquema de corrupção do que vinha acontecendo, na delação ele também coloca, não só os policiais, ele também dá nome aos donos do PCC que fazem a lavagem de dinheiro”, disse Ivalda em entrevista coletiva.
Ela acrescentou que Gritzbach aplicou golpes em alguns membros do PCC, resultando em dívidas e problemas financeiros. Mesmo após sua morte, a viúva do delator não possui dinheiro em espécie, tendo apenas bens que precisarão ser vendidos para quitar as dívidas.
Gritzbach foi executado em 8 de novembro do ano passado, após fazer um acordo de delação com o Ministério Público (MP) do Estado de São Paulo em março de 2024.
Revelações da delação e desdobramentos
O conteúdo da delação permanece sigiloso, porém, em outubro passado, o MP encaminhou à Corregedoria da Polícia trechos do documento em que o delator denuncia policiais civis por extorsão. Oito dias antes de ser assassinado, Gritzbach foi ouvido pela Corregedoria, onde também relatou um esquema de lavagem de dinheiro utilizado pelo PCC.
Crime de mando e pagamento
De acordo com Ivalda Aleixo, o assassinato de Gritzbach foi um crime de mando e pagamento, envolvendo uma grande quantia em dinheiro. A ousadia do crime, segundo ela, demonstra a gravidade da situação, com informações de que um valor foi oferecido pela morte do delator, sendo recusado por algumas pessoas antes de chegar ao policial militar detido.
A Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo prendeu um policial militar, nesta quinta-feira, identificado como autor dos disparos que mataram Gritzbach. A Secretaria de Segurança Pública informou que militares, da ativa, da reserva e ex-integrantes, favoreciam membros do PCC, evitando prisões ou prejuízos financeiros.
Os policiais também prestavam escolta clandestina para criminosos, incluindo Gritzbach, e beneficiavam líderes da facção criminosa, bem como pessoas procuradas pela justiça.
Fonte: Agência Brasil
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