
Morte de Juliana Marins: Peritos Brasileiros Divulgam Resultados da Segunda Autópsia
A publicitária Juliana Marins, de 26 anos, faleceu 32 horas após cair do vulcão Rinjani, na Indonésia. A estimativa é dos peritos brasileiros que realizaram uma segunda autópsia no corpo da jovem, cujo resultado foi divulgado oficialmente nesta sexta-feira (11), no Rio de Janeiro.
A cronologia estimada aponta que a primeira queda ocorreu em 20 de junho, por volta das 17h, no horário da Indonésia. Juliana caiu aproximadamente 220 metros até um paredão rochoso. Em outro momento, escorregou de costas por mais 60 metros e sofreu uma segunda queda.
Com o impacto, a jovem sofreu lesões poliviscerais e politraumatismo, resultando em uma hemorragia interna. Entre 10 e 15 minutos depois, por volta das 12h do dia 22, Juliana faleceu. Seu corpo ainda deslizaria mais até o ponto onde foi encontrado, a 650 metros de profundidade.
Resgate e Localização do Corpo
A primeira equipe de resgate partiu da base do parque quatro horas após o acidente. Mariana Marins, irmã de Juliana, relatou que a equipe do Basarnas, instituição nacional de resgate da Indonésia, desceu 150 metros de rapel, mas a jovem já estava em um ponto mais abaixo.
Dois dias depois, Juliana foi localizada por meio de um drone térmico, indicando que ainda estava viva naquele momento. As equipes conseguiram chegar até ela no dia 24 e o resgate do corpo ocorreu no dia 25.
Perícia no Brasil
Em uma entrevista coletiva, foram relatadas dificuldades para realizar a autópsia devido ao corpo já estar embalsamado, o que comprometeu parte das análises, como a verificação de sinais clínicos e o horário mais preciso da morte.
Através de vestígios no couro cabeludo, foi possível estimar a hora da morte de Juliana. Os exames de radiologia revelaram fraturas nas costelas, fêmur e pelve, com sangramento intenso.
“Foi uma autópsia totalmente contaminada no sentido técnico. Os órgãos já estão praticamente sem sangue, pálidos, e naturalmente se fez necessário um processo de embalsamamento com formol. Tem um prejuízo, mas o formol possibilitou conservar as lesões externas e os órgãos internos”, disse o perito Reginaldo Franklin.
Mariana Marins reforçou as críticas sobre a atuação das equipes de resgate durante o processo, acreditando que a irmã poderia ter sido salva se tivessem agido de forma mais rápida.
“Estávamos esperando esse momento do laudo. Agora, vamos ver o que fazer. Só do Basarnas ter sido chamado um período longo depois do acidente já é algo a ser considerado. Já sabiam que era um acidente grave. E estavam sem o equipamento correto para chegar até o local. São vários pontos a ser considerados”, disse Mariana.
A defensora pública federal Taísa Bittencourt mencionou que há três possíveis desdobramentos a partir da divulgação da autópsia brasileira, incluindo investigação criminal, ação cível por indenização na Indonésia e questões internacionais que podem envolver a ONU.
Fonte: Agência Brasil
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