
General Joseph Aoun é eleito presidente do Líbano após dois anos de vácuo de poder
O general Joseph Aoun foi eleito nesta quinta-feira (9) como o novo presidente do Líbano, encerrando um período de mais de dois anos sem um chefe de Estado no país. Aoun conseguiu uma vitória expressiva no segundo turno, com 99 votos dos 128 deputados presentes, após receber 71 votos no primeiro turno, em uma eleição que contou com uma forte mensagem de apoio do movimento xiita Hezbollah e seus aliados.
Acordos e apoio internacional
Entre os dois turnos, o general Aoun se reuniu com o grupo xiita e seus aliados, indicando que possíveis acordos foram feitos para garantir sua eleição. Aoun, que é chefe das Forças Armadas libanesas desde 2017, liderou a luta contra o Estado Islâmico na fronteira com a Síria, recebendo respeito de todo o país por suas ações.
Além disso, Aoun é conhecido por sua defesa dos soldados afetados pela crise econômica, lutando por melhores salários e qualidade de vida. Durante a guerra, ele também foi elogiado pela gestão das tropas no sul do Líbano, em meio a ataques violentos de Israel, e por sua contribuição para acordos de cessar-fogo.
Visto como uma alternativa apartidária, o general foi capaz de desbloquear o impasse de dois anos entre os lados da bancada cristã no país, que se recusavam a fazer concessões em relação aos candidatos à presidência.
Apoio internacional e desafios
Joseph Aoun conta com o apoio de potências ocidentais, como os Estados Unidos, França e Arábia Saudita. Diplomatas desses países se reuniram com Aoun e outras lideranças do Líbano antes da eleição, demonstrando um interesse internacional na reconstrução pós-guerra e na estabilidade do país.
No entanto, o general enfrenta uma série de desafios, incluindo a difícil tarefa de lidar com a invasão de Israel em partes do território libanês, bem como a necessidade de desarmar e retirar o Hezbollah da área, condições para a retirada israelense. Além disso, o Líbano enfrenta danos econômicos significativos, com o Banco Mundial estimando prejuízos de 8 bilhões de euros decorrentes da guerra.
O Fundo Monetário Internacional ofereceu um empréstimo de mais de US$ 3 bilhões ao Líbano, mas a implementação de reformas necessárias tem sido lenta, devido à falta de vontade política das autoridades locais. Aoun terá que enfrentar o desafio de liderar um governo descrito como um “esquema em pirâmide” para implementar mudanças fundamentais e reconstruir o país.
Apesar das incertezas e dos desafios que se apresentam, a eleição de Joseph Aoun representa uma mudança simbólica importante para o Líbano, sendo o primeiro presidente em décadas que não está diretamente alinhado com o Hezbollah. Aoun terá que lidar não apenas com questões internas, como a divisão política e a crise econômica, mas também com pressões externas, especialmente de países como os Estados Unidos e Israel, que têm interesses na região.
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