Nova MP busca evitar aumento na conta de luz após veto derrubado

Medida Provisória busca reduzir alta na conta de luz após derrubada de vetos no Congresso

Uma medida provisória publicada nesta sexta-feira (11) busca reduzir a alta na conta de luz provocada pela derrubada no Congresso Nacional dos vetos à Lei das Eólicas Offshore.

Reorganização dos subsídios ao setor elétrico

Publicada em edição extraordinária do Diário Oficial da União, a MP introduz um teto para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e substitui a contratação de termelétricas por pequenas centrais hidrelétricas (PCH).

A reorganização dos subsídios ao setor elétrico visa principalmente os concedidos por meio da CDE, fundo que financia políticas públicas do setor elétrico, como a tarifa social para baixa renda, a universalização do acesso à energia e compensações a distribuidoras em áreas com geração mais cara.

A MP fixa um teto para o orçamento da CDE a partir de 2026, estabelecendo que, se o limite for estourado, o excedente será pago por quem é diretamente beneficiado pelo subsídio, como distribuidoras, geradoras e comercializadoras.

Novo encargo para empresas do setor elétrico

Assim que o teto da CDE for estourado, as empresas terão que pagar a diferença a partir de 2027 por meio do futuro Encargo de Complemento de Recursos (ECR), proporcionalmente ao benefício recebido. Atualmente, 71% dos recursos da CDE vêm dos consumidores, 25% de empresas do setor elétrico e 4% do Orçamento Geral da União.

O novo encargo será introduzido de forma escalonada, começando com 50% do valor em 2027 e chegando a cobrança integral a partir de 2028. A MP esclarece que o futuro encargo não abrangerá os programas Luz para Todos e Tarifa Social.

Impacto da derrubada dos vetos na contratação de usinas

Com a derrubada dos vetos aos jabutis da Lei das Eólicas Offshores, o governo foi obrigado a contratar novas usinas, como termelétricas e pequenas centrais hidrelétricas (PCH), mesmo sem necessidade. Isso pode aumentar o custo da energia em R$ 35 bilhões por ano e sujar a matriz energética do país.

A MP substituiu a contratação obrigatória das termelétricas remanescentes da Lei de Privatização da Eletrobras por PCHs. O governo deverá contratar até 3 gigawatts (GW) em PCH na modalidade de leilão de reserva de capacidade, prevendo o início de operação das pequenas hidrelétricas apenas em 2032, em etapas.

Além disso, o governo poderá contratar 1,9 GW adicional, caso o planejamento setorial identifique a necessidade estabelecida com base em critérios técnicos e econômicos do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).

Regulação do uso do gás natural

A MP também atribui mais poder ao governo para regular o uso do gás natural da União, cabendo ao CNPE definir as condições e o preço de acesso às infraestruturas de escoamento, tratamento e transporte do gás gerido pela estatal PPSA. A centralização do processo pelo CNPE visa reduzir o preço do gás natural para a indústria e aumentar a competitividade de setores como fertilizantes e siderurgia.

Fonte: Agência Brasil

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