Marisqueiras e Pescadoras Alagoanas Buscam Apoio para Enfrentar Danos Causados pela Braskem

Marisqueiras e pescadoras alagoanas que tiveram suas vidas impactadas pelo crime ambiental da mineradora Braskem pediram apoio à ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, para lidar com os danos causados pela exploração de sal-gema. Há sete anos, bairros inteiros de Maceió afundaram, afetando cerca de 60 mil pessoas, incluindo aquelas que trabalham com a pesca do marisco.

Reivindicações de Políticas Públicas

A presidente da Federação dos Pescadores e Aquicultores de Alagoas (Fepeal), Maria Silva Santos, de 41 anos, destacou a importância do encontro com a ministra para levar as reivindicações de políticas públicas das trabalhadoras diretamente afetadas. Ela ressaltou que o impacto ambiental obrigou as mulheres marisqueiras a trabalharem em locais distantes, prejudicando sua subsistência.

A ministra ouviu relatos de mulheres que perderam suas moradias, a autorização para trabalhar em seus territórios, sofreram com a contaminação da água e tiveram queda na renda familiar. A pescadora Ana Paula Santos, da Rede de Mulheres Pescadoras da Costa dos Corais, denunciou os diversos tipos de violência enfrentados, incluindo o racismo ambiental e a poluição dos rios e mares.

Compromisso do Governo

A ministra Cida Gonçalves se comprometeu a tomar as medidas necessárias, incluindo a integração de outros ministros, para acelerar as soluções para a situação. Maria Silva Santos ressaltou que muitas dessas trabalhadoras são mães e provedoras de suas famílias, escolhendo a profissão por tradição familiar e ligação com seus territórios.

Em Alagoas, existem 20.643 pescadores artesanais, sendo 58% mulheres, segundo dados do Sistema de Registro Geral da Atividade Pesqueira. Estima-se que 12 mil mulheres trabalhem na pesca, com renda média inferior a um salário mínimo. A Fepeal está realizando um novo levantamento da realidade da categoria no estado.

Mudanças Climáticas e Dificuldades

Além da contaminação da lagoa, as marisqueiras enfrentam os impactos das mudanças climáticas em sua atividade, com a diminuição de pescados na região. A secretária estadual da Mulher e dos Direitos Humanos, Maria Silva, afirmou que o poder público está atento às demandas das mulheres, garantindo dignidade, respeito, segurança, educação e saúde para trabalhar e criar os filhos.

Casa da Mulher Brasileira

Além do apoio às marisqueiras, a ministra Cida Gonçalves assinou um contrato de repasse de recursos para a construção da Casa da Mulher Brasileira de Maceió, no valor de R$ 19 milhões, juntamente com o governador de Alagoas, Paulo Dantas. O local contará com serviços de acolhimento, apoio psicossocial, delegacia, juizado, Ministério Público, Defensoria Pública, entre outros.

O investimento visa garantir um atendimento integrado e humanizado às mulheres alagoanas. O governador também aderiu ao Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios, lançado em 2024. A secretária Maria Silva destacou a importância da Casa da Mulher como um refúgio para que as mulheres possam reconstruir suas vidas.

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