
Carnaval 2025: Ministra da Cultura manifesta indignação com julgamento de escola de samba por uso de termos em Iorubá
A ministra da Cultura Margareth Menezes expressou sua indignação em relação ao julgamento de uma das juradas do desfile das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro, que apontou o “excesso de termos em Iorubá” como motivo para reduzir a nota da escola Unidos de Padre Miguel (UPM).
A história da Unidos de Padre Miguel
A escola de samba Unidos de Padre Miguel, que retornou ao Grupo Especial após mais de 50 anos, recebeu notas baixas e acabou sendo rebaixada para a Série Ouro. Sua última participação no Grupo Especial havia sido em 1972.
A ministra Margareth Menezes se manifestou contra a decisão da jurada, destacando a importância do idioma Iorubá na cultura afro-brasileira. Ela afirmou que o samba tem raízes profundas na língua Iorubá, presente na história do Brasil, nas religiões de matriz africana e na cultura do país.
Reações e indignação
A justificativa dos jurados gerou reações na comunidade. O professor doutor babalawô Ivanir dos Santos manifestou sua indignação nas redes sociais, destacando que a história do povo brasileiro está intrinsecamente ligada ao Iorubá, ao nagô e ao banto. Ele enfatizou que a língua dos ancestrais não pode ser tratada como um erro em um evento tão significativo para a cultura afro-brasileira.
A UPM desfilou com o enredo Egbé Iyá Nassô, uma homenagem a Iyá Nassô, uma das fundadoras do Candomblé da Barroquinha, na Bahia. A escola buscou exaltar a espiritualidade, a cultura e a voz dos povos africanos que contribuíram para a formação do Brasil.
A importância do Iorubá na cultura brasileira
O idioma Iorubá é uma das línguas africanas mais conhecidas no Brasil, sendo praticado especialmente no Candomblé. Presente nos cantos, mitos, comidas e artefatos, o Iorubá representa uma parte fundamental da cultura afro-brasileira.
Recurso e posicionamento da Liesa
A escola Unidos de Padre Miguel entrou com recurso junto à Liesa para que o julgamento seja revisto. Em entrevista ao Multishow no Desfile das Campeãs, o presidente da Liesa, Gabriel David, afirmou que a Liga não aceitará racismo religioso e que o caso será discutido em uma plenária com os presidentes das escolas de samba.
“A Liga não pode aceitar o racismo religioso presente no julgamento da UPM. Esse caso será tratado com seriedade e repúdio, pois a valorização da cultura afro-brasileira é essencial para o Carnaval e para o Brasil como um todo”, declarou Gabriel David.
Fonte: Agência Brasil
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