Lula solicita que ONU lidere missão de paz no Haiti

ONU deve assumir parte do financiamento da missão de segurança no Haiti, defende Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta sexta-feira (13), que a Organização das Nações Unidas (ONU) assuma parte do financiamento da missão de segurança no Haiti ou realize uma nova missão de paz no país caribenho. A violência das gangues no Haiti, que controlam grande parte da capital Porto Príncipe e outros locais importantes, tem causado uma crise humanitária, política e econômica no país.

Missão de Apoio à Segurança no Haiti

De acordo com as Nações Unidas, 1,3 milhão de pessoas já se deslocaram internamente no Haiti, devido à violência dos grupos criminosos, acusados de assassinatos, estupros, saques e sequestros. A Missão Multinacional de Apoio à Segurança (MSS) no Haiti é uma força policial internacional, aprovada pela ONU em outubro de 2023, mas que não pertence à organização, com o objetivo de apoiar o governo haitiano a restaurar a lei e a ordem, com o treinamento de forças policiais, combate às gangues e proteção de infraestrutura crítica. A missão é liderada pelo Quênia e financiada por meio de contribuições voluntárias dos países.

Cooperação internacional

Segundo Lula, a Polícia Federal brasileira vai iniciar, nos próximos meses, um treinamento para 400 membros da polícia nacional haitiana. “Estabilizar a situação de segurança é fundamental para que se possa dar o próximo passo do processo político e realizar eleições presidenciais”, afirmou, colocando o Brasil à disposição para cooperar na organização do pleito.

Autonomia regional

A Cúpula Brasil-Caribe reúne líderes e representantes de 13 países, a maioria da Comunidade do Caribe (Caricom), além de Cuba e República Dominicana e organismos regionais. No centro das discussões estão segurança alimentar e nutricional, mudança do clima, transição energética, gestão de riscos de desastres e conectividade física e digital.

Em um cenário de acirramento de disputas geopolíticas, a aproximação entre o Brasil e Caribe reafirma a busca pela autonomia frente às velhas e novas hegemonias. Lula condenou o embargo contra Cuba e sua inclusão em lista de países que apoiam o terrorismo. Ele anunciou a criação de um fórum ministerial Brasil-Caribe e reforçou a necessidade de integração regional e a dedicação do governo atual do Brasil em escutar atentamente a região e estudar maneiras de contribuir com suas prioridades.

Mudança do clima e transição energética

Lula cobrou metas ambiciosas dos países para redução de emissões de gases de efeitos estufa na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em novembro, em Belém. Ele destacou a importância da transição energética justa e defendeu o desenvolvimento de capacidades institucionais e planejamento energético para atrair investimentos de longo prazo.

Caminhos abertos

Para garantir a segurança alimentar da população do Caribe, Lula aposta na conciliação de boas políticas públicas com financiamento adequado. A fome ainda atinge mais de 12 milhões de caribenhos. Santa Lúcia, Cuba e o Banco de Desenvolvimento do Caribe passam a integrar a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, iniciativa liderada pelo Brasil, que já conta com sete países da região.

Lula chamou os países a participarem da Rede de Sistemas Públicos de Abastecimento da América Latina e Caribe, buscando compartilhar experiências e diversificar os fornecedores de alimentos na região.

Além disso, afirmou que é preciso abrir caminhos via aérea, rodoviária e marítima para fortalecer as relações comerciais entre o Brasil e o Caribe. Brasil e Dinamarca estão copresidindo uma iniciativa para oferecer apoio técnico a países caribenhos na formulação e implementação de metas de desenvolvimento.

Lula anunciou um aporte de US$ 5 milhões ao fundo especial de desenvolvimento do Banco de Desenvolvimento do Caribe, visando atender os países mais vulneráveis da região.

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