
Presidente Lula defende autorização do Ibama para perfuração de poços de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (12), que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) precisa autorizar a Petrobras a perfurar poços em busca de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas (FZA-M-59), na Margem Equatorial, no litoral do Amapá. A região tem grande potencial de conter reservatórios de petróleo, no entanto, a exploração é questionada por ambientalistas, em razão de possíveis danos ambientais.
“Não é que vou mandar explorar, eu quero que ele seja explorado”, afirma presidente
Em entrevista à Rádio Diário FM, de Macapá (AP), Lula ressaltou a importância da pesquisa antes da exploração, destacando a necessidade de verificar a existência e quantidade de petróleo nos poços. Ele enfatizou que a Petrobras é uma empresa responsável e experiente na exploração de petróleo em águas profundas, comprometendo-se a seguir todos os ritos necessários para evitar danos ambientais.
O presidente mencionou a possibilidade de uma reunião com a Casa Civil e o Ibama para autorizar a Petrobras a realizar a pesquisa na região da Bacia da Foz do Amazonas. Lula defendeu que a riqueza encontrada no subsolo é fundamental para financiar a transição energética tão almejada.
Ibama negou licença em maio de 2023, gerando debates sobre a exploração na região
A Margem Equatorial abrange cinco bacias em alto-mar, incluindo a Bacia da Foz do Amazonas, cuja licença para prospecção marítima foi negada em maio de 2023. Essa decisão gerou debates públicos sobre a exploração da região, com o Ibama destacando “inconsistências técnicas” que inviabilizavam a operação segura em nova área exploratória, como deficiências no Plano de Proteção à Fauna.
Lula reforçou a confiança na Petrobras e salientou a importância de explorar os recursos naturais de forma estratégica, garantindo a proteção ambiental. Ele ressaltou que a empresa está comprometida em seguir todas as normas e procedimentos necessários para evitar impactos negativos.
Plano Estratégico da Petrobras prevê investimentos bilionários na perfuração de poços na Margem Equatorial
O Plano Estratégico da Petrobras para o período 2024-2028 inclui investimentos de US$ 3,1 bilhões e a perfuração de 16 poços em toda a extensão da Margem Equatorial, que se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte. No entanto, a empresa só possui autorização do Ibama para perfurar dois poços na Bacia Potiguar, na costa do Rio Grande do Norte.
Em outubro do ano passado, o Ibama solicitou à Petrobras novos esclarecimentos sobre o processo de licenciamento na Foz do Amazonas, buscando mais detalhes sobre o Plano de Proteção à Fauna. Apesar dos avanços na entrega da documentação, o órgão ambiental considerou necessário obter mais informações para garantir a adequação do plano às boas práticas de manejo de fauna atingida por óleo.
Histórico de pesquisas e descobertas na Margem Equatorial
Desde a década de 80, a Margem Equatorial brasileira tem sido alvo de pesquisas para descobertas de novas reservas de petróleo, visando aumentar a produção nacional de fontes energéticas fósseis. A região, que se estende até o Rio Grande do Norte, já teve 700 poços perfurados em águas rasas, muitos dos quais foram abandonados devido a acidentes mecânicos.
A descoberta de grandes volumes de petróleo na Bacia Guiana Suriname em 2015 despertou o interesse de investidores em explorar bacias sedimentares análogas, como a Bacia da Foz do Amazonas. Essa descoberta reforçou a importância estratégica da região para o setor de petróleo e gás, impulsionando as investigações e investimentos na área.
Fonte: Agência Brasil
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