Justiça francesa condena cúmplices de decapitação

Justiça francesa condena cúmplices da decapitação do professor Samuel Paty

Condenações variadas após crime brutal

A morte do professor Samuel Paty, ocorrida em 2020, chocou a França. O docente de História e Geografia foi decapitado por um radical islâmico, Abdoullakh Anzorov, de 18 anos, nas proximidades da escola onde lecionava, em Conflans-Sainte-Honorine, região noroeste de Paris. O agressor foi posteriormente abatido pela polícia.

A Justiça francesa anunciou nesta sexta-feira (20/12) a condenação de oito pessoas ligadas ao assassinato de Paty. As penas variam de 1 a 16 anos de prisão e incluem cúmplices do assassino, assim como indivíduos envolvidos em uma “campanha de ódio” contra o professor antes do crime ocorrer.

Condenados por cumplicidade direta

Naïm Boudaoud e Azim Epsirkhanov foram considerados cúmplices diretos no assassinato de Samuel Paty. Na véspera do ataque, acompanharam Anzorov até Rouen, no oeste da França, para adquirir a faca utilizada no crime. Boudaoud ainda o levou de carro até a escola do professor. Ambos receberam sentenças de 16 anos de prisão.

Paty havia se tornado alvo de Anzorov após a divulgação, em redes sociais, de que o professor exibira caricaturas do profeta Maomé durante uma aula sobre liberdade de expressão, publicadas pela revista satírica Charlie Hebdo.

Campanha de ódio nas redes sociais

As publicações que incitaram o crime partiram, em parte, de Brahim Chnina, que disseminou mensagens e vídeos contra o professor após sua filha, aluna de Paty, mentir alegando que o docente havia discriminado estudantes muçulmanos. Chnina, juntamente com o pregador islamista Sefrioui, promoveu uma “campanha de ódio” nas redes sociais contra Paty, chamando-o de “delinquente”. Ambos estiveram presentes na escola oito dias antes do assassinato. Chnina foi condenado a 13 anos de prisão, enquanto Sefrioui recebeu uma sentença de 15 anos.

Outras condenações e envolvimento nas redes sociais

Além dos mencionados, quatro pessoas foram consideradas membros de uma “jihadosfera” que mantinha contato com Anzorov nas redes sociais. Priscilla Mangel foi sentenciada a três anos de prisão com suspensão de pena por incitação ao terrorismo, enquanto Yusuf Cinar recebeu um ano de prisão por apologia ao terrorismo. Ismaël Gamaev, que admitiu sua culpa, foi condenado a cinco anos de prisão, com 30 meses de suspensão de pena, e Louqmane Ingar a três anos, dois deles com suspensão de pena.

Adicionalmente, um tribunal de menores condenou seis estudantes do ensino médio a penas de até seis meses de detenção por envolvimento nos acontecimentos, incluindo vigiar o local e indicar quem era o professor Paty, bem como a filha de Chnina, que foi condenada por calúnia.

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