
Jovem baleada por agentes da Polícia Rodoviária Federal tem piora no quadro de saúde
A jovem Juliana Leite Rangel, vítima de um disparo na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal, teve uma piora significativa em seu quadro de saúde. A informação foi divulgada pela prefeitura de Duque de Caxias, responsável pelo Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Mudança no estado de saúde
O boletim emitido pela direção do hospital na noite anterior relata que Juliana apresentou uma piora nas últimas 24 horas. Segundo o comunicado, ela voltou a apresentar febre, sinais clínicos e laboratoriais de um novo quadro infeccioso, necessitando retomar medicação para controle da pressão arterial, sedação leve e ventilação mecânica, além de ajustes no tratamento da infecção.
O processo de reabilitação da jovem precisou ser interrompido devido ao agravamento do quadro infeccioso, sendo necessário o retorno à respiração mecânica.
Juliana ainda precisa da traqueostomia, um procedimento cirúrgico que consiste em criar uma abertura na traqueia para facilitar a respiração do paciente.
Recuperação anterior e acompanhamento
Nos últimos dias, Juliana havia apresentado melhoras, incluindo a retirada da ventilação mecânica, demonstrando lucidez, abrindo os olhos, interagindo com pessoas e movendo os membros. Atualmente, ela segue em terapia intensiva, sob acompanhamento do serviço de neurocirurgia, psicologia e equipe multidisciplinar, sem previsão de alta do Centro de Terapia Intensiva (CTI).
Relembre o caso
No dia 24 de dezembro, Juliana Rangel foi atingida por um tiro de fuzil enquanto estava dentro do carro da família, na Rodovia Washington Luís (BR-040), em Duque de Caxias. Seu pai, Alexandre Rangel, que dirigia o veículo, também foi atingido na mão esquerda e recebeu alta na mesma noite. O carro da família, com cinco ocupantes, ficou com várias perfurações.
A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) estão investigando o caso. O diretor-geral da PRF informou que os agentes envolvidos na abordagem foram afastados preventivamente de suas atividades operacionais. A família busca uma pensão provisória na Justiça Federal para suprir as necessidades financeiras, uma vez que o pai de Juliana, mecânico autônomo, não pode trabalhar devido ao ferimento na mão.
A PRF está oferecendo auxílio logístico e apoio psicológico à família durante esse período delicado.
Caso anterior de 2023
Em 2023, um caso semelhante envolvendo disparos de policiais rodoviários federais resultou na morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, na Rodovia Raphael de Almeida Magalhães, no Rio de Janeiro. O incidente ocorreu em setembro e o MPF denunciou os policiais responsáveis pelos disparos.
A abordagem policial resultou em uma tragédia que chocou a população, reforçando a importância da investigação rigorosa de casos de violência policial em todo o país.
Já segue o macuxi nas redes sociais? Acompanhe todas as notícias em nosso Instagram, Twitter, Facebook, Telegram e também no Tiktok