Israel aprova 22 novos assentamentos na Cisjordânia, desafiando sanções

Governo de Israel aprova 22 novos assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada

O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, anunciou nesta quinta-feira (29) a aprovação de 22 novos assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada. Essa decisão pode agravar as divisões com alguns aliados do país, que ameaçaram impor sanções devido à expansão israelense na região.

Smotrich, conhecido por suas posições de extrema-direita e defensor da soberania israelense sobre a Cisjordânia, informou que os novos assentamentos seriam estabelecidos na área Norte da região, sem especificar locais específicos.

Legalização de postos de controle avançados

Segundo o Ministério da Defesa de Israel, os novos assentamentos incluirão a legalização de postos de controle avançados existentes, bem como a construção de novos assentamentos. Essa medida tem gerado controvérsias, uma vez que cerca de 700 mil colonos israelenses vivem entre 2,7 milhões de palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, territórios capturados por Israel da Jordânia durante a guerra de 1967.

Embora Israel tenha anexado Jerusalém Oriental, essa ação não é reconhecida pela maioria dos países, que não estendem formalmente a soberania sobre a Cisjordânia. Os palestinos veem a expansão dos assentamentos como um obstáculo para a criação de um Estado palestino independente na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental ocupada.

Pressão internacional e sanções

Diversos países europeus têm exigido que Israel interrompa a guerra em Gaza, enquanto Reino Unido, França e Canadá alertaram que poderiam impor sanções específicas caso a expansão dos assentamentos na Cisjordânia continue. A maioria da comunidade internacional considera os assentamentos judaicos ilegais, mas o governo israelense os considera legais de acordo com suas próprias leis.

A atividade dos assentamentos na Cisjordânia tem se intensificado desde o início da guerra em Gaza, o que tem contribuído para o aumento das operações militares israelenses contra militantes palestinos e para o crescimento dos ataques de colonos contra residentes palestinos.

Repercussão e condenações

O porta-voz do presidente palestino Mahmoud Abbas, Nabil Abu Rudeineh, classificou a decisão de Israel como uma “escalada perigosa” que pode arrastar a região para um ciclo de violência e instabilidade. Ele pediu a intervenção do governo dos EUA, liderado por Donald Trump, nessa questão.

O representante do Hamas, Sami Abu Zuhri, também condenou o anúncio dos novos assentamentos e solicitou ação por parte dos Estados Unidos e da União Europeia. Segundo Abu Zuhri, a construção desses assentamentos faz parte de uma guerra liderada por Netanyahu contra o povo palestino.

Essa decisão de Israel tem gerado grande repercussão e aumentado as tensões na região, colocando em xeque as perspectivas de paz entre israelenses e palestinos.

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