Impacto dos eventos climáticos na alimentação na AL e Caribe

Panorama Regional de Segurança Alimentar e Nutrição 2024 destaca desafios na América Latina e Caribe

Ao menos 20 países da América Latina e Caribe, o que representa três terços da região (73%), têm enfrentado eventos climáticos extremos com alta frequência. Mais da metade desses países (52%) têm alta probabilidade de conviver com a subalimentação decorrente desses eventos. Esses dados foram divulgados no Panorama Regional de Segurança Alimentar e Nutrição 2024, lançado nesta segunda-feira (27).

Cenário na região

De acordo com o relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e outras agências da ONU, no Caribe, o índice de população em situação de fome atingiu 17,2%. Já nos países da América Central, esse índice se manteve estável em 5,8%.

Os especialistas da ONU destacaram uma redução significativa no número de pessoas em insegurança alimentar na região em 2023, em comparação com 2022, passando de 207,3 milhões para 187,6 milhões, representando uma diferença de 19,7 milhões. Em relação a 2021, a diminuição foi de 37,3 milhões.

Fatores de evolução

O relatório aponta que a melhoria nos indicadores econômicos de diversos países da América do Sul e a implementação de políticas voltadas para ampliar o acesso da população a alimentos de qualidade contribuíram para essa evolução. Os dados de 2023 também evidenciam a redução nos níveis de pobreza, pobreza extrema, desigualdade e aumento nos índices de emprego e salário mínimo.

Desafios e perspectivas

Durante a apresentação dos dados, Mario Lubetkin, subdiretor-geral e representante regional da FAO para a América Latina e o Caribe, ressaltou a importância de combater a fome e fortalecer os sistemas agroalimentares para enfrentar os eventos climáticos extremos. Ele destacou que, apesar dos avanços em 2023, grupos vulneráveis, como mulheres e moradores rurais, ainda enfrentam desafios significativos.

Lubetkin enfatizou a questão do acesso a alimentos saudáveis, que, embora tenha aumentado, ainda enfrenta obstáculos, principalmente relacionados ao custo. Ele alertou para a centralidade dos alimentos ultraprocessados, que são mais acessíveis para famílias de baixa renda, mas que não são nutritivos e estão associados ao desenvolvimento de doenças.

Desafios futuros

Os ultraprocessados representam uma preocupação na região devido aos impactos na saúde da população. Medidas como a elevação da taxação desses alimentos têm sido propostas como forma de controlar seu consumo. A região, apesar de ser uma importante produtora de alimentos, ainda enfrenta desafios como a obesidade infantil e a desnutrição.

Fonte: Agência Brasil

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