Governo federal solicita investigação de morte de senegalês em São Paulo.

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania pede investigação sobre a morte de senegalês

O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania solicitou à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) a apuração da morte do senegalês Serigne Mbaye, de 36 anos, ocorrida durante uma operação da Polícia Militar na região central da capital paulista, em 23 de abril.

De acordo com registros da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do MDHC, as circunstâncias que levaram à morte de Mbaye são consideradas suspeitas, uma vez que a ação policial teria sido realizada sem mandado judicial de busca e apreensão. Isso gerou questionamentos sobre o uso da força pelos agentes de segurança, que utilizaram balas de borracha e gás lacrimogêneo contra os moradores. O ministro Silvio de Almeida fez o pedido à SSP-SP no último sábado (27) e ressaltou a gravidade do caso.

O posicionamento do ministro

Silvio de Almeida destacou que determinou à ouvidora nacional de Direitos Humanos, Luzia Cantal, o acompanhamento e monitoramento do caso, além da tomada de providências para a correta apuração dos procedimentos adotados pelos policiais. O ministro ressaltou que as ações dos oficiais, ao entrarem no prédio sem autorização judicial, desrespeitaram a Constituição Federal e resultaram em violência contra os residentes do local.

O caso Serigne Mbaye

Serigne Mbaye, conhecido como Talla, faleceu ao cair do sexto andar de um prédio durante uma ação policial que ocorreu sem autorização judicial. Testemunhas senegalesas relataram que os policiais entraram no edifício na Rua Guaianazes e chegaram à casa de Mbaye após abrir diversas portas de apartamentos. Quando percebeu a ação dos policiais, a vítima correu para a janela, o que resultou em sua queda.

Segundo a antropóloga Amanda Amparo, que esteve presente no ato de manifestação em memória de Mbaye, a comunidade senegalesa na região central é alvo recorrente de perseguição policial. Os manifestantes afirmam que a morte do imigrante não deve ser investigada de forma isolada, pois está relacionada ao modelo de opressão que a comunidade enfrenta.

A versão da SSP sobre o ocorrido

Em nota, a SSP informou que os policiais estavam patrulhando a região e identificaram atividades suspeitas de comércio de celulares roubados em um prédio na rua Guaianazes. Durante a diligência, os policiais abordaram um homem no 6° andar do edifício, e após desobediência, o detiveram. Posteriormente, um segundo homem teria tentado fugir pulando pela marquise do prédio e acabou falecendo após a queda.

O caso foi registrado como receptação, desobediência e morte acidental no 2° DP (Bom Retiro). A SSP não esclareceu se os celulares apreendidos eram produtos de roubo ou furto. A morte de Serigne Mbaye gerou indignação na comunidade senegalesa e levantou questionamentos sobre as práticas policiais na região central de São Paulo.

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