Federarroz: impossibilidade de vender quilo a R$ 4

Federarroz considera acertada anulação de leilão para compra de arroz importado

A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) considerou acertada a anulação do leilão público para a compra de arroz importado, anunciada na terça-feira (11). A decisão foi tomada devido a questionamentos sobre a capacidade técnica e financeira das empresas vencedoras do certame.

Importação prejudicial aos produtores nacionais

O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, afirmou que a importação de arroz pelo governo para vender a preço subsidiado pode desestimular os produtores nacionais e aumentar a dependência externa do cereal. Segundo Velho, o ato pode trazer ameaças ao setor produtivo, cooperativas e indústrias, levando a um aumento na importação de arroz de qualidade inferior e pelo mesmo preço ou mais caro do que o produto nacional.

Concorrência desleal no mercado

A Federarroz argumenta que a promessa do governo de vender arroz a R$ 4 o quilo – valor inferior ao praticado pelos produtores brasileiros – cria uma concorrência desleal, prejudicando a qualidade do produto nacional. Velho ressalta que é necessário manter os produtores locais ativos, ao invés de beneficiar produtores estrangeiros.

Especulação no mercado e medidas do Ministério da Agricultura

O Ministério da Agricultura e Pecuária justificou o leilão de arroz como uma tentativa de evitar especulação de preços diante das adversidades enfrentadas pelos produtores gaúchos. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) determinou a abertura de processos de averiguação dos fatos envolvendo o leilão, visando garantir transparência e segurança jurídica no processo de compra do cereal.

Reunião do setor produtivo e posicionamento contrário

A Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Arroz pretende promover uma reunião extraordinária para propor uma posição unânime em relação à importação do arroz subsidiado. O setor orizícola se mostra contrário à medida do governo, considerando-a precipitada e prejudicial aos produtores nacionais.

A Federarroz enfatiza que não há risco de desabastecimento de arroz no país, com estimativas de aumento na produção para o próximo ano. As expectativas apontam para uma produção de 10,5 milhões de toneladas de arroz em 2024, um crescimento de 2% em relação ao ano anterior.

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