Discurso de ódio aumentou 50% no antigo Twitter pós compra por Musk, aponta pesquisa

Discurso de ódio no X aumenta após aquisição por Elon Musk, aponta estudo

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Berkeley, na Califórnia, revelou um aumento significativo no discurso de ódio na plataforma X, antigo Twitter, após a compra da rede social pelo bilionário Elon Musk. Essa constatação vai de encontro ao que foi divulgado pelo próprio empresário.

Resultados alarmantes

De acordo com a pesquisa, a quantidade de publicações ofensivas cresceu 50% entre o período de confirmação da aquisição da plataforma por Musk, em outubro de 2022, até junho de 2023, quando o bilionário deixou o cargo de CEO para se manter apenas como o proprietário da plataforma.

Um “grupo de controle” foi estabelecido em janeiro de 2022 para identificar o nível de publicações que se enquadrassem no critério de discurso de ódio naquele momento. As postagens foram coletadas de forma aleatória por meio de inteligência artificial (IA). O estudo aponta que as categorias de postagens com racismo, homofobia e transfobia foram as que mais cresceram no período. Além disso, a quantidade de “curtidas” nessas publicações dobrou, indicando um engajamento ainda maior nesse tipo de conteúdo.

Para acessar o estudo completo, clique aqui.

O discurso de liberdade de expressão

Os resultados da pesquisa contradizem os dados compartilhados por Elon Musk em dezembro de 2022. Na própria plataforma, ele afirmou que a quantidade de postagens com discurso de ódio havia diminuído e se mantido em níveis mais baixos.

No entanto, o bilionário interrompeu a divulgação desse tipo de relatório e passou a defender cada vez mais recursos que garantiam a “liberdade de expressão” dos usuários. Essas medidas incluíram a flexibilização da moderação, a reversão de suspensões e a liberação para que usuários banidos visualizem postagens de quem os bloqueou.

Essa postura de Musk resultou em um cenário mais próximo do observado pela pesquisa de Berkeley e de outras instituições, que identificaram um aumento no discurso de ódio. O impacto negativo desse conteúdo chegou ao ponto de afugentar anunciantes, levando a uma queda na receita da plataforma X nos últimos dois anos. Musk chegou a ameaçar processar a organização que conduziu a pesquisa, mas desistiu da ação posteriormente.

Outro objetivo do estudo foi analisar se a quantidade de “atividades inautênticas” diminuiu. A redução no número de bots foi uma das promessas de Musk ao adquirir a rede social, porém, a quantidade de contas suspeitas permaneceu igual ou aumentou, aumentando o risco de usuários serem vítimas de golpes ou da disseminação de informações falsas.

Fonte: Tecmundo

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