Dino solicita ao CNJ investigação de “penduricalhos” a juízes de RO

Ministro do STF determina investigação sobre possíveis irregularidades em pagamentos a magistrados de Rondônia

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), emitiu uma decisão nesta terça-feira (25) para que a corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) investigue a existência de “penduricalhos” ilegais e “ilhas” de privilégios nos pagamentos de retroativos a magistrados do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJRO), no período de dezembro de 2022 a dezembro de 2024.

Reclamações de magistrados aposentados

Magistrados aposentados do estado acionaram o Supremo, alegando descontos de até 90% nos pagamentos de retroativos, que estariam sendo aplicados apenas a alguns beneficiados. Segundo os reclamantes, os descontos, referentes a Imposto de Renda, contribuição previdenciária e abate-teto, não seguem critérios claros e estão sendo feitos de forma seletiva em relação a juízes e desembargadores específicos.

Os insatisfeitos afirmam que a corregedoria do CNJ chegou a analisar o caso após o vazamento dos pagamentos para a imprensa local, porém, nenhuma medida concreta teria sido adotada até dezembro de 2024, quando o procedimento administrativo foi arquivado.

Ao determinar uma nova análise do caso pelo CNJ, Flávio Dino apontou para possíveis disparidades nos pagamentos a magistrados de Rondônia, questionando a base constitucional para a continuidade de procedimentos diferentes em tribunais pelo país.

O ministro considerou a gravidade dos fatos narrados na petição inicial e destacou a importância de investigar os pagamentos retroativos nascidos de decisões administrativas, especialmente quando envolvem quantias elevadas. Dino ressaltou a necessidade de seguir o devido processo legal, com transparência e razoabilidade, para evitar situações juridicamente questionáveis, como os chamados “penduricalhos”.

Reações aos pagamentos retroativos

Segundo a petição inicial, os magistrados contemplados com os pagamentos retroativos apresentaram reações intensas e variadas. Enquanto alguns comemoraram a chegada de quantias milionárias, outros se mostraram menos satisfeitos com os valores recebidos.

Um dos magistrados afetados teria direito a mais de R$ 438 mil brutos em seu contracheque de novembro de 2024, mas teria recebido apenas R$ 41 mil líquidos. Diante disso, Flávio Dino determinou que o TJRO envie os contracheques detalhados de todos os magistrados ativos e inativos no período de dezembro de 2022 a 2024 para serem anexados ao processo no Supremo.

Fonte: Agência Brasil

Já segue o macuxi nas redes sociais? Acompanhe todas as notícias em nosso Instagram, Twitter, Facebook, Telegram e também no Tiktok