Brasil sobe dez posições no ranking mundial de liberdade de imprensa

O Brasil obteve um avanço significativo no cenário global da liberdade de imprensa, subindo dez posições e alcançando o 82º lugar entre os 180 países avaliados pela Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Esta é a melhor colocação do país nos últimos dez anos, conforme apontou o levantamento divulgado pela ONG nesta sexta-feira (3), data em que se celebra o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

Percepções após o governo de Jair Bolsonaro

De acordo com Artur Romeu, diretor do escritório da RSF para a América Latina, esta ascensão do Brasil está alinhada com uma tendência percebida após o término do governo de Jair Bolsonaro. A postura crítica e pressões exercidas sobre o jornalismo durante aquela gestão tiveram impacto negativo, o que agora se reflete em um cenário de estabilidade e avanço na liberdade de imprensa no país. Romeu destaca que a pontuação brasileira cresceu, mesmo que de forma discreta, indicando uma melhora gradual.

Fatores que influenciaram a subida do Brasil

Os indicadores utilizados para compor o ranking são uma análise das pressões existentes sobre a liberdade de imprensa. Romeu explica que a coleta de dados para o levantamento foi realizada entre dezembro e janeiro, com a participação de especialistas de diferentes países, que contribuíram com suas percepções locais. Desde 2002, a RSF publica o ranking anualmente, sendo uma referência para organizações internacionais e agências de cooperação.

Desafios ainda presentes

Apesar do avanço, o Brasil ainda enfrenta desafios, como a concentração midiática, a influência de agentes econômicos sobre os veículos de comunicação e a insegurança enfrentada por jornalistas no exercício de suas funções. A violência e as ameaças continuam sendo um obstáculo para a liberdade de imprensa no país.

Desinformação e regulação das plataformas

Romeu destaca a importância da regulação das plataformas digitais para combater a desinformação e garantir a integridade informativa. A ausência de uma legislação eficaz nesse sentido é apontada como uma lacuna preocupante no Brasil, que ainda carece de medidas para enfrentar esse cenário.

Internacionalização do cenário

O relatório da RSF também aponta para uma queda generalizada de indicadores políticos em diversas regiões do mundo, indicando a fragilização do direito à liberdade de imprensa. Países como Argentina, Peru e Estados Unidos também registraram movimentos negativos em relação à liberdade de imprensa.

Classificação mundial e cenário global

O estudo revela que apenas 1% da população mundial vive em países onde a situação para os jornalistas é considerada boa. Países como Noruega, Dinamarca e Suécia lideram o ranking, enquanto nações como Afeganistão, Síria e Eritreia estão nas últimas colocações, marcadas por repressões e violações graves à liberdade de imprensa.

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