Memorial no Rio exibe fotos de crianças vítimas de bala perdida

Homenagem às Vítimas da Violência no Rio de Janeiro

No último domingo (16), quem passou pela Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio de Janeiro, teve a oportunidade de ver novamente a galeria de fotos em memória de 50 crianças que perderam suas vidas por bala perdida entre os anos de 2020 e 2025. Essas imagens, que haviam sido removidas do local em dezembro do ano passado por ordem do prefeito Eduardo Paes, foram recolocadas, após 45 dias de espera, causando comoção na população e na ONG Rio de Paz, responsável pela montagem em homenagem às vítimas da violência na cidade.


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Emoção e Preservação da Memória

A reintegração das fotos aconteceu com a participação de familiares das vítimas. Bruna da Silva, mãe de Marcos Vinicius da Silva, que faleceu aos 14 anos vítima de bala perdida em 2018 durante uma operação policial na Maré, zona norte do Rio de Janeiro, expressou sua esperança pela preservação da galeria. “Que este espaço receba nossos filhos com carinho. Que os moradores cuidem de cada rosto e de cada memória aqui presente”, afirmou conforme relato da Rio de Paz.

Espera Angustiante

Bruna compartilhou seus sentimentos em relação aos 45 dias de espera para o retorno do memorial. “Esses dias foram muito angustiantes, mas o prefeito pediu desculpas às mães, familiares e à ONG Rio de Paz. Não queremos mais ver rostos de crianças nesta situação, seja na Lagoa ou em qualquer outro lugar. O lugar das crianças é ao nosso lado”, destacou.

Retorno da Homenagem e Reconciliação

Em uma reunião com mães das vítimas, membros da ONG Rio de Paz e a secretária de Meio Ambiente e Clima do município, Tainá de Paula, Eduardo Paes pediu desculpas pelo ocorrido e autorizou a volta da homenagem às vítimas da violência no Rio de Janeiro.

A galeria também recebeu de volta os girassóis que haviam sido colocados no memorial por Thamires de Assis, mãe de Ester de Assis, uma menina de 9 anos que foi vítima de bala perdida em um confronto entre traficantes em Madureira, zona norte da cidade. A flor era a preferida de Ester e agora está ao lado da foto da menina, acompanhada por Thamires e sua filha Joana. “Elas eram muito próximas, se pareciam bastante e se amavam. Estou feliz com o retorno da foto, pois é uma forma de manter viva a memória dela. As pessoas vão olhar para a foto e conhecer a Ester. Retirar a foto foi doloroso, como se arrancassem ela de mim mais uma vez”, relembrou Thamires.

Fonte: Agência Brasil

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