
Queimadas e incêndios florestais na Amazônia em 2024
A frase de Francisco Wataru Sakaguchi, agricultor de Tomé-Açu, no nordeste da Amazônia paraense, dá o tom do que representaram as queimadas e incêndios florestais este ano. Sakaguchi tinha agendado uma palestra em Manaus no início de dezembro, mas teve que cancelá-la de última hora para impedir que o fogo chegasse na propriedade dele. Os esforços deram resultado, mas outros vizinhos não tiveram a mesma sorte.
“A minha situação está resolvida, fiquei mais protegido. Mas muita gente perdeu tudo. A gente presencia o desespero das pessoas, perguntando o que vai ser da vida delas dali para frente. E tudo o que a gente pode fazer é dar um apoio moral”, disse o agricultor, em vídeo enviado para a TEDxAmazônia.
Dados alarmantes
Dados do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que em 2024 a Amazônia teve o maior número de focos de calor dos últimos 17 anos. Até o início de dezembro foram 137.538, o que inclui queimadas, controladas ou não, e incêndios florestais. O período só não foi pior do que em 2007, quando foram registrados 186.480 focos.
Em relação a 2023, houve aumento de 43%. Em todo o ano passado, foram 98.646 focos. Em 2024, a maior parte dos registros ocorreu entre julho e novembro, com números acima da média histórica. Só em setembro foram 41.463 focos. A média para o mês é de 32.245.
Impacto na Amazônia e biomas
A Amazônia é o bioma mais impactado, com 50,6% de todos os focos do país. Logo na sequência, vem Cerrado (29,6% / 80.408 focos), Mata Atlântica (7,7% / 21.051), Caatinga (6,5% / 17.736), Pantanal (5,3% / 14.489) e Pampa (0,2% / 419). E não se trata apenas de ter o maior número de focos, mas da capacidade de reagir ao fogo.
“A Floresta Amazônica é do tipo ombrófila, por ser muito úmida. Ela tem vários estratos que impedem a passagem do vento e é mais sombreada. Caso o fogo ocorra e se propague nela, o impacto é muito maior. Porque ela não tem adaptações de resistência ao fogo. A casca é mais fina, as folhas são mais membranosas. Diferentemente do Cerrado, que é uma vegetação dependente do fogo e evolui em dependência dele. A vegetação tem casca mais grossa, as gemas são protegidas”, explica o engenheiro Alexandre Tetto.
Situação crítica no Pará
O Pará, que tem como bioma predominante a Amazônia, é o estado que lidera em número de focos de calor: 54.561. Os municípios mais impactados são os de São Félix do Xingu (7.353), Altamira (5.992) e Novo Progresso (4.787).
Nas últimas semanas, o céu paraense foi coberto por uma fumaça densa, oriunda das queimadas e incêndios florestais. A maior parte está relacionada ao desmatamento ilegal da Amazônia. A qualidade do ar ficou comprometida em diversas cidades. Santarém ganhou destaque pelos números altos de concentração de poluentes e teve decretada situação de emergência ambiental.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), no dia 24 de novembro, a poluição do ar no município foi 42,8 vezes superior à diretriz anual de qualidade do ar da Organização Mundial de Saúde (OMS). A Secretaria Municipal de Saúde disse que, entre os meses de setembro e novembro de 2024, Santarém registrou 6.272 atendimentos relacionados a sintomas respiratórios.
Atuação dos brigadistas
Daniel Gutierrez, faz parte da brigada voluntária de Alter do Chão, um dos distritos administrativos de Santarém. O grupo existe desde 2018 e tem lidado cada vez mais com episódios de fogo na região e arredores. Na semana passada, um esquadrão precisou ser enviado à Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns para ajudar a combater três incêndios.
“A gente que vive aqui, sentiu que aumentaram muito as queimadas. E, agora, parece que estacionou uma nuvem. A fumaça que a gente sentiu nos últimos meses, eu nunca tinha visto antes, em dez anos morando aqui. As pessoas que são daqui e vivem há muito mais tempo do que eu, também nunca tinham visto. Esse ano foi muito pior”, relata Gutierrez.
O brigadista destaca que é preciso melhorar as investigações sobre os focos de incêndios e queimadas, porque eles são majoritariamente provocados pela ação humana.
As queimadas na Amazônia têm preocupado especialistas e autoridades, principalmente no estado do Pará, que lidera em número de focos de calor. De acordo com o engenheiro florestal Alexandre Tetto, as condições climáticas em 2024 foram favoráveis para a propagação do fogo, seja ele natural, legal ou criminoso. O aumento dos focos de calor está relacionado à maior disponibilidade de material combustível e às condições meteorológicas, como temperaturas mais altas, umidade relativa do ar mais baixa, velocidade do vento maior e estiagem prolongada.
É importante ressaltar que o fogo pode ser utilizado de forma controlada e autorizada em determinadas condições meteorológicas. A queima controlada tem diversas funções e objetivos no campo, como a melhoria do habitat para fauna, manejo de vegetação e abertura de áreas para agricultura de subsistência. Segundo Alexandre, a queima controlada é vista pela FAO como uma forma de reduzir a pobreza, pois possibilita ao pequeno agricultor abrir uma área com baixo custo e de forma relativamente segura.
Em Tomé-Açu, um agricultor relatou que os acontecimentos climáticos extremos e inéditos deste ano têm trazido preocupações para o futuro. A falta de chuvas e a umidade relativa do ar abaixo de 50% são sinais alarmantes. A chegada da chuva na região ajudou a impedir que o fogo se propagasse e causasse danos ainda maiores, mas a situação climática preocupa os moradores locais.
A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) do Pará informou que intensificou o combate às queimadas em Santarém e outras regiões do estado. Operações receberam reforço de bombeiros e novas viaturas, além do monitoramento em tempo real via satélite para garantir uma resposta ágil aos focos de calor. Vale ressaltar que 70% do território do Pará é de jurisdição federal, o que demanda uma coordenação de esforços com a União.
O Ministério do Meio Ambiente destacou que desde o início das ações de combate aos incêndios na Amazônia em 2024, o governo federal mobilizou mais de 1.700 profissionais, disponibilizou aeronaves, embarcações e viaturas, além de combater 578 incêndios de grandes proporções. O governo federal também assinou pactos, medidas provisórias e instituiu políticas para combater o desmatamento e os incêndios na região. O Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo foi instalado para atuar no combate aos incêndios no Pará e no Maranhão.
Em meio a essas preocupações, a conscientização e ações efetivas são fundamentais para combater as queimadas na Amazônia. A preservação da maior floresta tropical do mundo depende do esforço conjunto de governos, instituições e da sociedade como um todo para garantir a proteção desse patrimônio natural.
O poder da tecnologia na educação
A tecnologia tem desempenhado um papel cada vez mais importante na educação, transformando a forma como os alunos aprendem e os professores ensinam. Com o avanço das ferramentas digitais, a sala de aula tradicional tem dado lugar a um ambiente mais interativo e dinâmico, proporcionando novas oportunidades de aprendizado e desenvolvimento.
Uma das principais vantagens da tecnologia na educação é a possibilidade de personalização do ensino. Com a ajuda de softwares e aplicativos educacionais, os professores podem adaptar o conteúdo das aulas de acordo com o ritmo e o estilo de aprendizado de cada aluno, tornando o processo de ensino mais individualizado e eficaz.
Além disso, a tecnologia também tem contribuído para a democratização do ensino, permitindo o acesso à educação de qualidade a um número cada vez maior de pessoas. Plataformas online oferecem cursos gratuitos e de alta qualidade, possibilitando que estudantes de todas as partes do mundo tenham a oportunidade de adquirir conhecimento e se desenvolver profissionalmente.
Outro aspecto importante do uso da tecnologia na educação é a promoção da colaboração e do trabalho em equipe. Ferramentas como os ambientes virtuais de aprendizagem permitem que os alunos compartilhem informações, discutam ideias e trabalhem juntos em projetos, estimulando o desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas.
Além disso, a tecnologia também tem sido uma aliada no processo de avaliação do desempenho dos alunos. Com a utilização de plataformas de ensino online, os professores podem acompanhar de perto o progresso de cada estudante, identificar dificuldades e oferecer suporte personalizado para garantir o sucesso acadêmico.
É importante ressaltar que, apesar de todos os benefícios proporcionados pela tecnologia na educação, é fundamental que haja um uso responsável e consciente dessas ferramentas. Os educadores devem estar atentos para garantir que a tecnologia seja usada de forma equilibrada e que não substitua o papel essencial do professor no processo de ensino-aprendizagem.
Portanto, é essencial que os educadores estejam sempre atualizados e em constante formação para aproveitar ao máximo o potencial da tecnologia na educação. A integração de ferramentas digitais no currículo escolar deve ser feita de forma cuidadosa e planejada, visando sempre o benefício dos alunos e a melhoria da qualidade do ensino.
Em resumo, a tecnologia tem revolucionado a forma como a educação é transmitida e assimilada, proporcionando novas oportunidades de aprendizado e desenvolvimento para alunos e professores. Com a utilização adequada e responsável das ferramentas digitais, é possível transformar a educação e preparar os estudantes para os desafios do século XXI.
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